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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

China


Dragão Chinês: Algo acontece às margens do Pacífico


Ao se analisar a história mundial, pode-se observar diversas ascensões e quedas de grandes potencias. Isso ocorreu, pois, a força relativa das principais nações nunca permanece constante, uma vez que existem recursos de poder distintos de nação para nação, proporcionando a uma sociedade maior vantagem do que a outra.

Paul Kennedy, em seu livro Ascensão e Queda das Grandes Potências (1989), utiliza o aparecimento do navio a vela, armado de canhões, e o crescimento do comércio atlântico depois de 1500 para exemplificar essa desigualdade evolutiva. Observa que esses fatos não foram uniformemente vantajosos para todos os Estados da Europa.

De acordo com a teoria matemática dos jogos, utilizada também nas Relações Internacionais, os jogadores, neste caso atores internacionais, buscam maximizar suas chances de ganhar ou aumentar o seu poder relativo. Desta maneira, quando se aumenta o poder de uma nação, é provável que diminua o mesmo em outra, logo, a história de ascensão e queda das grandes potencias ainda esta longe do seu ponto final. (SARFATI, 2005)

Seguindo essa mesma ótica, sem deixar de citar acontecimentos recentes como a crise econômica de 2008, a qual, coloca em questão o poderio de diversas nações, principalmente os Estados Unidos. Observa-se a ascensão de uma nova potência, a China, recém voltada para o Ocidente. Esta reúne características únicas, impossíveis de serem copiadas, o que desperta novos olhares curiosos e impulsiona diversos estudos sobre o tema.

É válido ressaltar que as considerações feitas por tais análises concentram-se principalmente nos aspectos econômicos desta potência como: grande mercado consumidor potencial e alta competitividade nas exportações. Em contrapartida, analisarei os fatores sócio-culturais, afinal, a economia por si só não eleva a China a condição de grande potência, pois este status, encontra-se aliado a outros fatores.

Joseph Nye (2004) expõe em seu conceito de poder brando, que para uma nação conquistar uma posição relevante no cenário internacional deve atrair corações e mentes de outras nações, havendo correspondência direta entre palavras e ações. A partir daqui, defenderei que os fatores culturais auxiliam em grande parte a ascensão desta nação.

Acreditava-se que com a globalização e a evolução tecnológica, principalmente nas áreas de comunicação, haveria em conseqüência maior cooperação e harmonia entre os povos, superando-se paixões “tribais” ou nacionalismos extremados. De fato a década de 90 apresenta progressos nas relações diplomáticas, ocorrendo nessa época grandes acordos internacionais.

No entanto, os atentados terroristas da Al Quaeda no dia 11 de setembro de 2001, são exemplos de que o fato do mundo ter se tornado mais rico e informatizado não implica necessariamente uma maior harmonia entre os povos. Nos últimos anos podemos observar também, o fortalecimento das crenças religiosas e diferenças culturais, inserindo os indivíduos em suas respectivas sociedades de forma gradativa.

A China, por sua vez, possui uma cultura milenar, que mesmo tendo sido renegada na Revolução Cultural Chinesa, ainda se encontra presente no cotidiano da população. O Confucionismo, por exemplo, criado pelo pensador Confúcio, ou Kung Fu Zi (551-479 a.C), influenciou na formação da sociedade chinesa.

Confúcio criou sua filosofia baseando-se em uma nova ética social. Destinava sua doutrina a formação de cidadãos honestos e de bom gênero, estimulando as manifestações artísticas como meio de descobrir e desenvolver seus potenciais (MARTINS, 2008).

Este fato, influenciou toda a formação intelectual chinesa, bem como o seu desenvolvimento tecnológico precoce, no qual, criou-se por exemplo, a bússola, pólvora e o papel. No entanto, a filosofia confucionista apesar de proporcionar uma estabilidade política, também tendia a sociedade ao fixismo no passado, que se mal administrado impedia uma maior expansão.

Se analisarmos a China pelo âmbito histórico, podemos observar grandes períodos hegemônicos mesclados com épocas de extrema pobreza. Um exemplo dessa hegemonia foi o Império do Meio (entre os anos 211 e 1911), nesta época a China e a Índia respondiam por mais da metade do PIB mundial e sua agricultura possuía um nível alto de sofisticação, que só seria atingido pelos europeus anos depois. (KENNEDY, 1989)

O grande fator, porém, que impediu a China de exercer um papel mais ativo no mundo, foi justamente a sua auto-suficiência, sendo comum naquele tempo o não interesse em se relacionar com estrangeiros, tornando impossível um maior destaque chinês para além de suas fronteiras.

Na contemporaneidade, notam-se constantes divergências internas que proporcionaram avanços e retrocessos principalmente no período entre 1958 a 1979. Neste espaço de aproximadamente 20 anos ocorreram diversas mudanças organizacionais.

Em 1957, a política do grande salto aumentaria a produção do campo almejando alcançar a Inglaterra em 15 anos, mas com precárias condições de trabalho para os camponeses, não aconteceu o que se esperava. Nesta época estima-se que quase 30 milhões de pessoas morreram de fome, além das várias fábricas que foram abandonadas (NABUCO, 2009).

Outro período de grande relevância na historia chinesa foi a Grande Revolução Cultural Proletária, iniciada em 1965 e tendo como destaque Mao Zedong. Esta Revolução impulsionou a população a mais uma vez se voltar para o campo em busca de uma ampliação na produção.

Porém, o principal prejuízo nesse período estava relacionado com questões culturais. Mao Zedong, recebendo o apoio do exército e de um grande número de jovens chineses, estimula a destruição de qualquer movimentação intelectual, devendo o individuo apenas aprender com a Revolução.

Esta repreensão perdurou, não com o mesmo nível de intensidade, até a morte de Mao Zedong. A partir daí, há uma abertura gradual da China para o exterior com relações comerciais e diplomáticas, principalmente após Deng Xiaoping se instituir no poder e investir na educação, indústria, defesa nacional e agricultura. Esse processo de modernização chinesa dura até hoje.

As Olimpíadas de 2008 marcaram a história chinesa, não só pelo seu esplendor visual e êxito obtido nas sedes esportivas, mas também por expor ao mundo uma China diferente, mais aberta a outras culturas e interessada em manter relações com o exterior. Como avaliou o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge: "Foi uma longa jornada, mas fizemos a escolha certa. O mundo aprendeu sobre a China, e a China aprendeu sobre o mundo".

Finalmente, ao observar este vasto território, notam-se divergências e inúmeros problemas internos a serem resolvidos, sendo difícil prever a ideologia e política da China de amanhã. Entretanto, seu peso demográfico, econômico, político e cultural, apontam para uma provável grandiosidade chinesa no cenário mundial dos próximos anos.

Artigo da acadêmica de Relações Internacionais da UFGD Vitória Moraes de Oliveira Reis



Sugestões de leitura

ARRIGHI, Giovanni. Adam Smith em Pequim: origens e fundamentos do século XXI. São Paulo : Boitempo, 2008. 432p.

BELUCCI, Beluce. (org). Abrindo os olhos para a China. Rio de Janeiro : Educam, 2009.

GUIMARÃES, Samuel Pinheiro (org.) Brasil e China – multipolaridade. Brasília : IPRI / FUNAG, 2003.

JABBOUR, Elias Marco Khalil. Infraestrutura em energia e transportes e crescimento econômico da China. Dissertação (Mestrado em Geografia). Universidade de São Paulo. São Paulo, 2004.

MAMIGONIAN, Armen; BASTOS, José Messias. Dossiê Ásia/China. Florianópolis : Universidade Federal de Santa Catarina, n.1, jul.2008. 261p.

OLIVEIRA, Amaury Porto de. Formação de uma economia regional no Leste Asiático. n.13. Florianópolis : Universidade Federal de Santa Catarina, mai. 2006. 21p.


Dica de Vídeo: Taoísmo - Introdução

Trabalho apresentado a PUC-RJ 2008 sobre o Taoísmo


Fonte do mapa: Google imagens

África

A África por si só é um mundo!

Quando falamos em ÁFRICA, logo nos remetemos à idéia de um continente uno, como se o que acontecesse no norte fosse a situação dele como um todo, excluindo as especificidades de cada país. Sendo assim, nos propomos a desconstruir essa idéia errônea de associar a África como um país, colocando em pauta sua diversidade cultural, econômica e religiosa, seu passado glorioso e suas particularidades.

Infelizmente no Brasil existe uma grande falta de estudo sobre o continente africano, e uma grande escassez de trabalhos acadêmicos, principalmente no campo da história, porém no campo das relações internacionais tem havido um grande interesse pelo continente.

A África possui um passado glorioso com grandes e estáveis Reinos, porém desde o contato intensificado com os europeus, estes entraram em declínio, tendo na escravidão e colonialismo em sua forma mais brutal, seus principais motivos, ocasionando um ciclo de infortúnios. Esse domínio europeu acabou moldando o continente africano, mudando toda a sua estrutura tradicional, organizações sociais, políticas e econômicas, introduzindo-o ao capitalismo e colocando-o em uma posição de subordinação no sistema econômico mundial.

Sua divisão milenar (entre tribos e etnias) impossibilitou a imediata implantação de regimes democráticos, o que gerou diversas guerras civis, como a de Ruanda, que deixou milhares de civis mortos e o país sem desestabilizado; além de lidar com a fome, o Continente ainda foi palco da explosão da AIDS.

Ao tentarmos falar de um possível processo de integração africano, barramos em alguns entraves sendo eles: Afro – Pessimismo, terríveis níveis de desigualdade, miserabilidade, falta de perspectiva, desestruturação econômica e social, guerras, fomes, epidemias e mortes.

Uma das grandes correntes teóricas que vem surgindo é o afro – pessimismo, que seria observar o continente africano como algo desolador, um lugar que rende apenas 1% para econômica mundial; Estes pensamentos são embasados no acentuado grau de desigualdade entre a população e altas taxas de miséria humana; com indicadores assim, as pessoas tendem a morrer cedo e tal falta de perspectiva de vida as levaria a não ambicionarem o crescimento, ou se qualificarem, já que a economia e a parte social não conseguem suprir nem o básico para condicionar sua dignidade. Os conflitos civis também ajudam a aumentar os índices de mortalidade, com a chegada dos colonizadores ao território, muitas tribos passaram a pertencer ao um mesmo Estado o que até hoje é motivo para atritos e ninguém parece estar disposto a renunciar a sua identidade cultural por um bem maior: na sociedade promovendo coalizões.


Após três séculos sendo escravizados por colonizadores europeus (que buscavam a extração de minérios, como diamante e petróleo, além de terem o controle das rotas marítimas) a partir de 1950, deu-se início ao processo de independências das colônias, o que foi ocorrendo sucessivamente. Uma onda de otimismo, fez com que buscassem, cada vez mais, a identidade de seu povo e assim, possivelmente, uma África forte e integrada em blocos econômicos, com intuito de fortalecimento dos países membros.

Neste cenário, surgiu na África Ocidental o ECOWAS (Comunidade Econômica do Bem Estar Africano), integrado por: Benin, Burkina Fasso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.

Na África Austral surge o bloco econômico denominado como SADC (Comunidade de Desenvolvimento do Sul Africano), que é composto por: África do Sul, Botswuana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurícia, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia, Zimbábue. Os países membros somam uma população de aproximadamente 210 milhões de pessoas e um PIB de aproximadamente 700 bilhões de dólares, valor este que, embora não seja muito alto, já é significante, especialmente levando-se em conta as economias dos países vizinhos.

A região enfrenta uma série de problemas, desde dificuldades naturais, como secas prolongadas, até mais significativamente, a enorme disseminação da AIDS e a grande pobreza do povo local, por isso, a erradicação e promoção de medidas capazes de lidar com condições estão entre as principais metas do grupo, que são: promover o crescimento e desenvolvimento econômico, aliviar a pobreza, aumentar a qualidade de vida do povo africano, e prover auxílio aos mais desfavorecidos por meio de integração regional; evoluir valores políticos, sistemas e instituições comuns; promover e desenvolver a paz e a segurança; promover o desenvolvimento auto-sustentável por meio da interdependência coletiva dos Estados membros e da auto-confiabilidade; atingir a complementaridade entre as estratégias e programas nacionais e regionais; promover e maximizar a utilização efetiva de recursos da região; atingir utilização sustentável de recursos naturais e a proteção do meio-ambiente; e "Reforçar e consolidar as afinidades culturais, históricas e sociais de longa data da região.”

Em nossa apresentação foram utilizadas fotos do livro “África”, do premiado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado.


Fotografia da África / Fonte: Livro África - Sebastião Salgado


Dica de vídeo: Poema de inspiração de Nelson Mandela

Cena final do filme Invictus


Indianara Guedes, Marcus Teles, Maura Tatara e Raíssa Teixeira


Legenda da primeira imagem: Fotografia da África tirada por Sebastião Salgado

Fonte: Livro África - Sebastião Salgado

Legenda da segunda imagem: Nascimento da África

Fonte da segunda imagem: Google Imagens


quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Oriente Médio – algo além de conflitos?



O conceito de Oriente Médio, primeiramente denominado Oriente Próximo, foi criado por europeus em meados do século XX para identificar
a região dominada pela cultura árabe-mulçumana. Sua população compreende 300 milhões de habitantes sendo a maior parte composta por árabes, persas e turcos.Há predominância de clima seco, principalmente pelo deserto do Saara e Arábico, justificando a importância de sua bacia hidrográfica (rios Eufrates, Nilo e Jordão). A principal atividade econômica é a exploração petrolífera correspondendo a 60% de toda a produção mundial com destaque para Arábia Saudita, Irã e Emirados Árabes Unidos.

Algumas fontes defendem que o Oriente Médio constitui-se por 17 países, enquanto outras apresentam apenas 15. A divergência se dá pela inclusão de Afeganistão e da parte asiática do Egito. Por outro lado, existe a denominação Grande Oriente Médio que considera os países que sofrem influência cultural do Oriente Médio e engloba, além disso, Paquistão, o norte africano parte da Ásia Central, no entanto, limitaremos nossa análise à definição tradicional.



A história da região tem seus primórdios no século XVII a.C., registrados no Torá (para os islâmicos e judeus) ou Pentateuco (para os cristãos), onde narra-se a trajetória dos povos árabes (ismaelitas) e israelitas o que explicaria a origem de parte dos conflitos, sejam eles geográficos, religiosos, econômicos e políticos.

No Oriente Médio, a diversidade étnica não se restringe aos limites territoriais, por exemplo, o termo “árabe” não refere-se à uma nacionalidade, mas à um povo. Com exceção de Irã (persas), Turquia (turcos), Israel (judeus), e outros em menor número, os demais países da região têm em comum a ascendência árabe, também chamada de cultura árabe, que envolve entre outras tradições a religião Islâmica.

O Islã, subdivide-se, basicamente, entre xiitas e sunitas. A origem de tal separação é explicada na discordância na sucessão da liderança religiosa após a morte de Maomé. Enquanto os sunitas são conhecidos como tradicionalistas, os xiitas demonstram-se fundamentalistas, o que constitui, dentre muitas, outra razão conflituosa para a região. Conflitos estes, caracterizados por aspectos como o caso de curdos (apátridas) que lutam pelo reconhecimento de seus territórios. Ou ainda exemplificados pelas recentes Guerras do Golfo (1990 – 1991), Iraque (2003) e principalmente nos conflitos entre Israel e Palestina.

Enquanto internacionalistas, podemos observar outros exemplos para além de conflitos. Atribuindo relevância à diversidade cultural como forma de valorização, bem como seu desenvolvimento social e econômico, analisamos o caso de Israel, com inúmeros avanços nas áreas das ciências e tecnologias (invenção do pen drive).

Tais progressos aliados à maior abertura da política têm permitido seu fortalecimento econômico e o firmar de acordos internacionais, inclusive com o Brasil. Outro bom exemplo é intensa atração de fluxo de capital nos Emirados Árabes. Por conta de sua localização geográfica estratégica entre os mercados de Europa, Ásia Oriental e África e maciços investimentos no setor de serviços e infra-estrutura é considerado um mercado seguro, estável e promissor, justificando a importância do Oriente Médio para as Relações Internacionais.


Dica de vídeo: Águas de Março em hebraico

Interpretação de Águas de Março em hebraico


Alunas e professora do quarto semestre de Relações Internacionais

Adriana Galvez, Rainne Feitoza, Jaqueline Gonçalves e Fábio Cordeiro


Federação da Rússia


A Federação da Rússia é um país Euroasiático de maior extensão territorial do mundo (Área:17.075.200 Km²) com clima e relevo variados. Sua população (141,9 milhões), encontra-se em grande maioria na parte européia do território, o que gera uma densidade demográfica de 8,3 hab/km². Faz divisa com os seguintes países: Noruega, Finlândia, Estónia, Letónia, Lituânia e Polónia (ambas através de Kaliningrado), Bielorrússia, Ucrânia, Geórgia, Azerbaijão, Cazaquistão, China, Mongólia e Coreia do Norte.


Mapa Político da Federação da Rússia

Fonte: Google Imagens

Os primeiros indícios de agrupamentos populacionais na região da Rússia forem decorrentes das movimentações dos povos nômades varangianos (vikings/varegues) que criaram rotas por todo o território atual russo. Sofreram influências de Constantinopla e por isso hoje a religião predominante na Rússia é o Cristianismo. A partir da rota varangiana houve a formação do Principado de Kiev que posteriormente foi fragmentado e partes destes fragmentos se unificaram formando o Estado de Moscóvia. Com Ivan, conhecido como o terrível, o Estado de Moscóvia se tornou o reino de Moscóvia.

Dentre os vários povos que formavam o reino de Moscóvia os poloneses eram dominantes, e a desarmonia entre os povos e o governo, gerou duas milícias populares sendo que na segunda, Moscou se tornou independente e em 1646, o czar Aleksey Mikhail, proclamou o Império Russo e iniciou o processo de expansão territorial.

Durante a dinastia do Romanov, os estados bálticos (Lituânia, Letônia e Estônia), a Finlândia, Cáucaso, Ucrânia, Bielorrússia, parte da Polônia, Moldávia e quase toda a Ásia Central foram anexados como território do Império. Para muitos estudiosos o Império Russo tem o seu início com o czar Pedro I, pois é considerado o primeiro czar a se destacar porque foi importante para a modernização e ocidentalização do Império. A dinastia Romanov ficou no poder por mais de 300 anos. O último czar foi Nicolau II no período de 1894 a 1917.

Em 1917 ocorreu a Revolução Russa, que sob a liderança de Vladimir Lênin destituiu a família imperial do poder e instaurou no país o Socialismo. Na época, a Rússia passava por graves crises econômicas e sociais e o descontentamento da população era grande. No ano de 1922 se criou a URRS(União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), que era uma união socialista de 15 repúblicas cujo centro de poder localizava-se em Moscou. O Partido Comunista exercia o poder por meio de uma ditadura e concentrava toda a produção no Estado. Durante esse período a Rússia atravessou a 2ª Guerra Mundial e foi uma potência na Guerra Fria, período no qual desenvolveu tecnologias bélicas e astronáuticas que contribuíram para a influência global do país. Devido ao seu sistema político e suas carências de produção e consumo, a URSS atravessou crises no governo e na economia, com o conseqüente fim do regime socialista e o desmembramento das repúblicas soviéticas em 1991 dando origem a 15 novos países.

Após o fim da URSS formou uma Federação da Rússia, tendo como o primeiro Chefe de Estado Bóris Yeltsin com dois mandatos marcados por privatizações, corrupções e uma alta taxa de criminalização. Neste mesmo período foi instituída uma união supranacional com a Bielorússia, um dos 15 novos países, cujo nome é União da Rússia e Bielorússia. Além disso, foi formada a Comunidade dos Estados Independentes (CEI) uma espécie de Commonwealth que reúne 13 dos antigos estados da URSS e hoje a Rússia também faz parte do Conselho da Europa.

Bóris Yeltsin deixou o poder em 1999 e em seqüência Vladimir Putin é eleito com maioria popular. Seu governo ficou conhecido pelo intenso combate ao terrorismo levando a Federação da Rússia à uma aproximação com o antigo inimigo, Estados Unidos. Apesar de ter censurado a imprensa, o que gerou um certo descontentamento, Vladimir Putin com a sua política de nacionalização do petróleo conseguiu um significativo crescimento econômico, deixando o governo em 2008 para o atual Chefe de Estado Dmitri Medvedev e se tornando o Chefe de Governo da Federação da Rússia.

A Rússia hoje pertence aos 4 países mais promissores do mundo, os chamados BRIC (Brasil – Rússia – Índia – China), sua unidade monetária é o rublo e possui um crescimento real do PIB de 7% (2008) com altos índices de exportação de combustíveis fósseis e minérios.

Por fim, a Rússia é conhecida por seu intenso desenvolvimento artístico representado por construções arquitetônicas magníficas, pinturas, músicas com alto nível de riquezas estilísticas e artesanatos refinados. Além de possuir uma das maiores federações olímpicas do mundo.


Dica de Vídeo: Goodbye Lenin

Famosa cena do filme Goodbye Lenin


Caio Pedrollo, Larissa Santos, Vitória Reis, Weriky Victor e Josué Colodro


terça-feira, 23 de novembro de 2010

EUA e Canadá

Suas histórias coloniais se confundem: frutos de uma complexa relação de seis países colonizadores, trocas de territórios, extensão de guerras européias, conquistas de algumas colônias vizinhas e, posteriormente, guerras locais acabam por configurar um território marcado pela pluralidade em muitos aspectos. Tomados pelo espírito do Destino Manifesto Estados Unidos avançam para o oeste e para o sul, ao passo que o Canadá compõe uma confederação por motivos inclusive de proteção, e aos poucos anexa as demais colônias britânicas ao redor.

Pelas diferenças inúmeras do norte e do sul, no ano de 1861 estoura a guerra civil estadunidense, mais conhecida como Guerra de Secessão. Em tal guerra a superioridade tecnológica nortista acaba por dominar a retrógrada sociedade sulista e “impor” suas política.

Com o advento da Primeira Grande Guerra os Estados Unidos veem sua chance de expandir sua influência comercia e econômica, com a Europa destruída passam a ser o principal parque industrial da guerra, e o reforço de seus soldados sobre os cansados europeus se torna um dos fatores dominantes para a vitória da entente. Saem da guerra como a primeira economia mundial, e espalham o “American Way of Life” para até onde pode alcançar sua influênci
a.


No entre guerras a Quebra da Bolsa de Nova York e a consequente depressão assolam os Estados Unidos, e abalam também outras economias ao redor do globo. Até que a Segunda Guerra Mundial surge como uma saída natural da Crise, e reergue o poder dos EUA. Ao fim deste litígio global surge uma nova ordem, a bipolaridade, com concorrência direta em EUA e União Soviética, marcada pelas corridas armamentista e espacial, guerras indiretas, e pelo “Welfare States” que asseguram muitos direitos de classes antes excluídas.


Na última década do século XX acaba a bipolaridade e surgem outras instituições, como por exemplo, o NAFTA, que une economicamente EUA e Canadá. Mas tal união não é o único episódio marcante desta época, o levante radical islâmico contra o que chamam de “símbolo de um ocidente corrompido” também se inicia neste período. Mas é no início do século XXI que acontece o atentado terrorista às torres gêmeas, que acabam por configurar a nova política antiterrorismo dos EUA, que culmina na Guerra do Afeganistão e serve de desculpa para invasão do Iraque. Mais recentemente vimos a “Bolha Imobiliária” e o surgimento do “Fenômeno Obama”.

Durante todo este processo o Canadá ficou em segundo plano, inicialmente como colônia o Estado associado britânico, posteriormente como alinhado do bloco capitalista. Na história mais recente, no entanto, surge como um grande ator. País de grande proporção de migrantes e autodeclarado como Estado Multicultural marcam uma tendência mundial. Com alto desenvolvimento não apenas econômico e político como também humano e social tem uma das melhores qualidades de vida do mundo. Outra tendência antecipada pelo Canadá é o desenvolvimento sustentável. Todo este desenvolvimento porem não os fez esquecer-se de suas raízes, dando papel importante para os seus povos aborígenes (os inuit)

Complexo Portuário de Vancouver, Canadá
Fonte: http://escadaedesenvolvimento.wordpress.com/2010/02/27/governador-viaja-ao-canada-em-busca-de-investimentos-para-suape/

Ao fim fazemos ainda questionamentos sobre a questão imigratória (com base no trabalho “Victimas Invisibles” da Anistia Internacioal) não só nestes dois países, porém em todo o mundo, e comentamos ainda sobre o futuro da hegemonia estadunidense. Será que continuarão em seu atual Status?

Dica de Vídeo: História dos Estados Unidos da América

Uma breve descrição da história dos Estados Unidos da América, extraido do filme "Tiros em Columbine" de Michael Moore.


Gabrielle Santos, Gabriel Pareja e Danielle Ohara

Legenda do mapa: Mapa do Canadá no século XIX
Fonte do mapa: Google Imagens
Legenda da Imagem: Presidente do EUA, Barack Obama
Fonte da imagem: http://www.blogdohiroshi.com/2010/01/obama-promete-nao-atrapalhar-fas-de-lost/