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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

África

A África por si só é um mundo!

Quando falamos em ÁFRICA, logo nos remetemos à idéia de um continente uno, como se o que acontecesse no norte fosse a situação dele como um todo, excluindo as especificidades de cada país. Sendo assim, nos propomos a desconstruir essa idéia errônea de associar a África como um país, colocando em pauta sua diversidade cultural, econômica e religiosa, seu passado glorioso e suas particularidades.

Infelizmente no Brasil existe uma grande falta de estudo sobre o continente africano, e uma grande escassez de trabalhos acadêmicos, principalmente no campo da história, porém no campo das relações internacionais tem havido um grande interesse pelo continente.

A África possui um passado glorioso com grandes e estáveis Reinos, porém desde o contato intensificado com os europeus, estes entraram em declínio, tendo na escravidão e colonialismo em sua forma mais brutal, seus principais motivos, ocasionando um ciclo de infortúnios. Esse domínio europeu acabou moldando o continente africano, mudando toda a sua estrutura tradicional, organizações sociais, políticas e econômicas, introduzindo-o ao capitalismo e colocando-o em uma posição de subordinação no sistema econômico mundial.

Sua divisão milenar (entre tribos e etnias) impossibilitou a imediata implantação de regimes democráticos, o que gerou diversas guerras civis, como a de Ruanda, que deixou milhares de civis mortos e o país sem desestabilizado; além de lidar com a fome, o Continente ainda foi palco da explosão da AIDS.

Ao tentarmos falar de um possível processo de integração africano, barramos em alguns entraves sendo eles: Afro – Pessimismo, terríveis níveis de desigualdade, miserabilidade, falta de perspectiva, desestruturação econômica e social, guerras, fomes, epidemias e mortes.

Uma das grandes correntes teóricas que vem surgindo é o afro – pessimismo, que seria observar o continente africano como algo desolador, um lugar que rende apenas 1% para econômica mundial; Estes pensamentos são embasados no acentuado grau de desigualdade entre a população e altas taxas de miséria humana; com indicadores assim, as pessoas tendem a morrer cedo e tal falta de perspectiva de vida as levaria a não ambicionarem o crescimento, ou se qualificarem, já que a economia e a parte social não conseguem suprir nem o básico para condicionar sua dignidade. Os conflitos civis também ajudam a aumentar os índices de mortalidade, com a chegada dos colonizadores ao território, muitas tribos passaram a pertencer ao um mesmo Estado o que até hoje é motivo para atritos e ninguém parece estar disposto a renunciar a sua identidade cultural por um bem maior: na sociedade promovendo coalizões.


Após três séculos sendo escravizados por colonizadores europeus (que buscavam a extração de minérios, como diamante e petróleo, além de terem o controle das rotas marítimas) a partir de 1950, deu-se início ao processo de independências das colônias, o que foi ocorrendo sucessivamente. Uma onda de otimismo, fez com que buscassem, cada vez mais, a identidade de seu povo e assim, possivelmente, uma África forte e integrada em blocos econômicos, com intuito de fortalecimento dos países membros.

Neste cenário, surgiu na África Ocidental o ECOWAS (Comunidade Econômica do Bem Estar Africano), integrado por: Benin, Burkina Fasso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.

Na África Austral surge o bloco econômico denominado como SADC (Comunidade de Desenvolvimento do Sul Africano), que é composto por: África do Sul, Botswuana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurícia, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia, Zimbábue. Os países membros somam uma população de aproximadamente 210 milhões de pessoas e um PIB de aproximadamente 700 bilhões de dólares, valor este que, embora não seja muito alto, já é significante, especialmente levando-se em conta as economias dos países vizinhos.

A região enfrenta uma série de problemas, desde dificuldades naturais, como secas prolongadas, até mais significativamente, a enorme disseminação da AIDS e a grande pobreza do povo local, por isso, a erradicação e promoção de medidas capazes de lidar com condições estão entre as principais metas do grupo, que são: promover o crescimento e desenvolvimento econômico, aliviar a pobreza, aumentar a qualidade de vida do povo africano, e prover auxílio aos mais desfavorecidos por meio de integração regional; evoluir valores políticos, sistemas e instituições comuns; promover e desenvolver a paz e a segurança; promover o desenvolvimento auto-sustentável por meio da interdependência coletiva dos Estados membros e da auto-confiabilidade; atingir a complementaridade entre as estratégias e programas nacionais e regionais; promover e maximizar a utilização efetiva de recursos da região; atingir utilização sustentável de recursos naturais e a proteção do meio-ambiente; e "Reforçar e consolidar as afinidades culturais, históricas e sociais de longa data da região.”

Em nossa apresentação foram utilizadas fotos do livro “África”, do premiado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado.


Fotografia da África / Fonte: Livro África - Sebastião Salgado


Dica de vídeo: Poema de inspiração de Nelson Mandela

Cena final do filme Invictus


Indianara Guedes, Marcus Teles, Maura Tatara e Raíssa Teixeira


Legenda da primeira imagem: Fotografia da África tirada por Sebastião Salgado

Fonte: Livro África - Sebastião Salgado

Legenda da segunda imagem: Nascimento da África

Fonte da segunda imagem: Google Imagens


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